Diário de Bordo: Segundo dia de oficina com o diretor teatral Marcio Meirelles em São Tomé

Convidado pela “Cena Lusófona”, Associação Portuguesa para o Intercâmbio Teatral, o artista conduz na África, juntamente com António Augusto Barros (diretor da associação), uma seleção de atores para a montagem de um espetáculo com estreia em Portugal. 


dia 2

no segundo da oficina em s tomé dia fui brindado com uma suite de danças populares s tomenses
e de outras áfricas tb
uma explosão de alegria no final do encontro
uma celebração
foi um dia em q partimos dos ritmos e da concentração já iniciados no primeiro
daí surgiu o movimento e a semente de personagens
personagens fôlôs - quase um início de ESSA É NOSSA PRAIA
podemos fazer se quisermos um belo painel de personagens e situações locais como na TRILOGIA DO PELÔ q tb começou assim em oficina
a noção clara pra alguns de q é assim q se constrói dramaturgia
de q o texto surge
qdo se tem o q dizer
qdo se tem concentração
a pergunta de amador pinto fernandes ator do grupo OS CRIATIVOS
o marcio tem esse método escrito como um manual
resposta
não 
pq vou inventando a cada dia
o ator deve ir estruturando seu próprio manual
um roteiro de como ele se prepara e constrói o seu discurso
ele autor de sua própria representação do mundo do qual é testemunha
temos uma base
a imaginação (e a indignação) é a matéria prima do ator
a partir dai pode-se preparar um discurso
movimento concentração respiração olhar redes entre olhares observação atenção em si no outro 
no todo 
busca de um ritmo exteriorização do ritmo em sons 
afinidade de sons volume melodia dinâmica andamento 
volta a respiração a novas pulsações
ao movimento
daí em roda
como no samba
na capoeira
dialogar provocar com sons e movimentos
criar situações
a situação proposta começou com 
eu só vim avisar q o passarinho dela fugiu
daí uns se interessaram outros desviaram 
novos assuntos foram inseridos
e fechou-se c o aviso de q o passarinho dela fugiu
a memória
a memória imediata de c quem contracenei e o q disse e qual a sensação
a memória cumulativa de guardar ritmos outras situações olhares rostos dos outros transformações provocadas por mudanças de respiração e imaginação nos outros e em cada um
hj e ontem e desde o início
e por fim a celebração detonada pelas palmas e ritmos e vontades
s tomé - a beleza
alguma coisa como ilhéus itaparica
cacau orla mar
abundância de peixes de frutas
é como se fosse um paraíso mas há o dinheiro
há o poder
há os interesses
há o mundo real pralém do imaginado
pralém do prazer
há as diferenças mantidas como garantia e dominação
há a falta de indústria pro bem e pro mal
há a ausência

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