Espetáculo de Brasília dirigido por Hugo Rodas revisita memórias e atmosfera dos anos 70

Pela primeira vez em Salvador, Agrupação Teatral Amacaca apresenta a montagem Ensaio Geral, dirigido pelo reconhecido Hugo Rodas 


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Pela primeira vez se apresenta em Salvador o ATA - Agrupação Teatral Amacaca, dirigido por Hugo Rodas, um dos diretores mais potentes de Brasília, com o espetáculo Ensaio Geral, nos dias 2 e 3 de setembro, sexta e sábado, às 20h, e dia 4 de setembro, no domingo, às 19h no Palco Principal do Teatro Vila Velha. A montagem evoca a atmosfera dos anos 70, com a encenação de pequenos monólogos inspirados em textos de grandes autores, em formato que lembra o happening. Hugo Rodas tem mais de 50 anos de carreira, tendo influenciado gerações na capital do país. Depois de passar pelo Rio de Janeiro, Vitória e Cachoeira do Itapemirim (ES), a peça faz uma curta temporada baiana, com ingressos a preços populares R$20 (inteira) e R$10,00 (meia entrada). A circulação conta com o patrocínio da Secretaria de Cultura do Distrito Federal (SECULT-DF).

Desenvolvendo pesquisa de linguagem desde 2009, o grupo nasce no LADI – Laboratório de Dramaturgia Imaginária – Mousiké e TUCAN da Universidade de Brasília, tendo como principal foco descobrir formas de dramaturgia por meio da exploração vocal, muscular, gestual, estudo de instrumentos musicais e ritmos. O espetáculo Ensaio Geral é o 1º espetáculo da Cia e demonstra a escrita cênica do encenador Hugo Rodas, nascido no Uruguai e há 30 anos residente no Brasil, tendo passado por espaços fundamentais das artes cênicas no país como o Teatro Brasileiro de Comédia (TBC) e Teatro Oficina, de José Celso Martinez. Ao chegar no país no início dos anos 70, a porta de entrada para o artista foi justamente a Bahia. Para Rodas, apresentar as memórias deste período da vida tem um sabor especial.

O público vai conhecer os traços deste grande encenador que esteve à frente do bem sucedido grupo Pitú, um dos mais relevantes grupos de teatro de Brasília dos anos 70. Evocando o ambiente dos ensaios, os atores encenam textos livremente adaptados de autores como Charles Chaplin, Caio Fernando Abreu, Drummond, Hilda Hilst, dentre outros. Sobre o trabalho, Hugo Rodas diz: “Acho que estou fazendo algo jovem (...) Uma vez mais estou ao lado do teatro que quero”. Erotismo, humor, juventude e música são alguns componentes da montagem teatral, que se pauta numa construção física, mas também na interação entre atores e músicos em cena, mais de 20 elementos sonoros costuram a cena.

Trajetória - Ensaio Geral fez sua primeira temporada no Espaço Cultural Contemporâneo – ECCO, em 2012 e saiu vencedor do Prêmio Sesc de Teatro Candango – Melhor Trilha Sonora, além das indicações para: Melhor Ator, Atriz e Melhor Iluminação. Foi selecionado pelo principal festival de teatro de Brasília – o Cena Contemporânea, onde se apresentou 5 vezes – 2 no Sesc Taguatinga Norte (Teatro Paulo Autran) e no Centro Cultural Banco do Brasil. Em setembro circulou por Palmas pelo projeto Idas e Vindas da Universidade de Brasília. Também integrou a programação do Goiânia em Cena em outubro de 2013.

Em 2014 o grupo iniciou a pesquisa e criação de um novo espetáculo inspirado na obra de Luíz Bernardo Pericás – Cansaço, a longa estação. Este projeto foi contemplado no edital do Fundo de Apoio à Cultura da Secretaria de Estado de Cultura do Distrito Federal e estreou em maio de 2015 sob o título “Punaré & Baraúna”.

O grupo investe na manutenção de repertório, através da promoção da circulação de suas montagens. Ensaio Geral foi vencedor do Prêmio Myriam Muniz da FUNARTE – Fundação Nacional das Artes, que auxiliou a sua circulação três estados brasileiros – Goiás, Tocantins e Distrito Federal. Também foi selecionado pelo edital de Ocupação da CAIXA Cultural, onde fez apresentações em seus espaços em setembro de 2014 na CAIXA Recife e no início de 2015 em Brasília. A mais recente apresentação do espetáculo foi em junho de 2015 em Brasília a convite da Embaixada do Uruguai que convidou Hugo Rodas para abertura as Semana da Língua Espanhola no Instituto Cervantes. O espetáculo ainda será apresentado em São Paulo no “Terreiro Eletrônico” de Zé Celso Martinez Correia – o Teatro Oficina Uzyna Uzona.

Serviço

Ensaio Geral, espetáculo do ATA - Agrupação Teatral Amacaca, dirigido por Hugo Rodas
Teatro Vila Velha (Passeio Público – Avenida Sete de Setembro – Campo Grande)
Dias 2 e 3 de setembro, às 20h – sexta e sábado e Dia 4 de setembro, às 19h, domingo
Ingressos: R$20,00 (inteira) e R$10,00 (meia entrada).
Vendas antecipadas pelo site: http://www.ingressorapido.com.br


Sinopse:

Sob qual discurso se faz teatro no Séc XXI e como fazê-lo? Com duração de 60 minutos o espetáculo brinca com o ambiente de ensaio de um grupo de teatro. Ensaio Geral traz narrativa descontínua, composta por pequenos monólogos unidos por uma encenação versátil com plasticidade surpreendente, fundamentos da assinatura cênica de Hugo Rodas. Enquanto protagonizam o amor, os atores seduzem a plateia, a partir de textos, livremente adaptados pelo grupo, de autores como Charles Chaplin, Hilda Hilst, Caio Fernando Abreu, Carlos Drummond de Andrade e Eduardo Galeano. Dirigido pelo consagrado diretor uruguaio Hugo Rodas, a montagem investe na pesquisa de linguagem, abusando de elementos como plasticidade, dança, teatralidade e musicalidade.


FICHA TÉCNICA

Direção: Hugo Rodas
Elenco: Camila Guerra, Flávio Café, Diana Poranga, Isumy Kudo, Juliana Drummond, Márcia Duarte e Tulio Starling
Músicos: Nobu Kahi, Davi Maia e Iano Fazio
Iluminação: Raquel Rosildete e Hugo Rodas
Cenografia e figurino: Hugo Rodas e o grupo
Grafitti de banquetas da cenografia: Gabriel Marx
Painéis de Grafitti: Diana Poranga
Duração: 60 minutos
Apoio: Departamento de Artes Cênicas da UnB; Dac/DeaUnB.


HUGO RODAS – Diretor da peça

Nascido no Uruguai e radicado há 40 anos no Brasil Hugo Rodas firmou-se como um dos mais talentosos e importantes artistas de teatro de seu tempo, como ator, diretor, bailarino, coreógrafo, cenógrafo, figurinista e professor de teatro. Sua trajetória sempre esteve e está ligada aos coletivos e parcerias com os quais trabalha, desde o Grupo Pitú, nas décadas de 70, e de 80 – quando também ocorrem as primeiras experiências com Antônio Abujamra, no Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), e com José Celso Martinez Corrêa, no Teatro Oficina – passando pelo Teatro Universitário Candango (TUCAN), nos anos 90 e 2000, assim como pela Companhia dos Sonhos. E atualmente, na Agrupação Teatral Amacaca (ATA), sua mais recente trupe.

Alguns dos maiores sucessos de público e crítica da história do teatro e da dança de Brasília trazem sua assinatura. Para citar alguns: Senhora dos afogados (1987), A casa de Bernarda Alba (1988/91), A menina dos olhos (1990/91), Romeu e Julieta (1993/99), O olho da fechadura (1994/95), The Globe Circus (1997), Shakespeare in concert (1997), Arlequim: servidor de dois patrões (2001/02), Rosanegra – uma Saga Sertaneja (2002/05), O rinoceronte (2005/2006) além do memorável Adubo ou a sutil arte de escoar pelo ralo (2005-2015).

Dirigiu e encenou espetáculos em várias outras cidades brasileiras tendo como parceiros de criação nomes de destaque na cena nacional entre eles Antônio Abujamra, codirigindo os espetáculos Lady Macbeth (2007), com Marília Gabriela; Cantadas (2007), monólogo de Denise Stocklos; e Os Demônios (2007).

Recebeu inúmeros prêmios por suas criações, com destaque para o Prêmio do Serviço Nacional do Teatro (1977) de melhor espetáculo infantil para o antológico Os Saltimbancos e o Prêmio Shell (1997) pela Direção do espetáculo Dorotéia, ao lado de Adriano e Fernando Guimarães. É Comendador e Oficial da Ordem do Mérito Cultural de Brasília (1991 e 1992), assim como Cidadão Honorário de Brasília (2000), tendo sido os três títulos concedidos pelo Governo do DF. Recebeu também o títulos de Notório Saber em Artes Cênicas (1998) e, recentemente, em 2014, o de Professor Emérito, ambos pela Universidade de Brasília, instituição na qual foi docente do Departamento de Artes Cênicas durante mais de 20 anos, e hoje atua como professor-pesquisador.

Sempre em busca de inovação, Hugo é um alicerce incontestável na construção da cena teatral e cultural contemporânea de Brasília, sendo referência mundial para a pesquisa da linguagem teatral. Inquieto e inspirado pela sua juventude, permanece no ambiente universitário dedicando-se à formação, investigação e criação artística, de onde surge a ATA – Agrupação Teatral Amacaca.

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