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Orixás deixam de ser nome de ruas de Feira de Santana
A última tentativa do tipo não está diretamente relacionada à religiãodos orixás,mas à cultura africana. 'Há menos de um mês, foi levado ao plenário um projeto de lei que previa mudança de nome da Rua da Crioula para o de uma pessoa, mas barramos', contou o vereador Renildo Brito, que fez novo projeto pedindo a revogação das leis que mudaramos nomes das ruas. Embora as alterações tenham sido feitas em momentos e mandatos distintos, para o presidente da AFA, Leonel Monteiro, só há uma explicação para o fato: intolerância religiosa.
'A mudança é uma tentativa de apagar da memória do povo o legado africano que os terreiros têm como espaço de preservação. As leis reforçam a intolerância religiosa e o desrespeito às diferenças', avalia Monteiro. Ele ingressou com uma ação no Ministério Público Estadual (MPE) para reverter a situação. Porém, se houver movimento nesse sentido, ele deve partir da Câmara Municipal.
'Não vamos a juizar nenhuma medida para voltar aos nomes originais por entender que, como há casos em que as mudanças foram feitas há muito tempo, alterar o nome agora seria pernicioso à comunidade', pontuou o promotor Cristiano Chaves.
A única providência adotada foi uma recomendação aos poderes Executivo e Legislativo para que, a partir de agora, não aprovem projetos que alterem nomes de ruas que sejam referentes à cultura ou religiosidade africana.
Para o doutor em antropologia e ogã do Terreiro da Casa Branca, Ordep Serra, os orixás representam um patrimônio que resgata e valoriza a contribuição dos africanos para a formação do povo e da cultura baianos. 'A história tem que ser respeitada. Os nomes indígenas são pistas da história, assim como os nomes negros. Quando eles desaparecem, desaparece uma referência da nossa história', avalia o pesquisador.
(Reportagem publicada na edição de 08/10/2008 do CORREIO)
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