Os jornais invadiram o Vila!


Imagine aí 10 toneladas de jornal?! É muito jornal! Pois fique sabendo que acabaram de chegar 10 TONELADAS de jornal aqui no Vila. Os exemplares - que foram doados pela Folha de São Paulo e vieram de caminhão da capital paulista até aqui - fazem parte do cenário do espetáculo português A MINHA MULHER, dirigido por Solveig Nordlund.


A galera se virando pra empilhar tanto jornal. Foto: Camilo Fróes.

A peça se apresenta gratuitamente nos próximos dias 16 e 17 de novembro (sexta e sábado) no Vila. A iniciativa é resultado do Prêmio Luso-Brasileiro de Dramaturgia António José da Silva, promovido em parceria pelo Instituto Camões, a Funarte, o Instituto das Artes e o Teatro Nacional D. Maria II. O objetivo é promover o incremento das relações culturais entre Portugal e Brasil.

O espetáculo é o seguinte: uma família burguesa (pai, mãe, filho, nora e uma prima) passa o Verão no arquipélago de Estocolmo, quando aparece um amigo do jovem casal. A partir disso, entra em cena uma reflexão sobre a memória, as repetições e o amor. O texto é uma adaptação de “Brincar com o Fogo”, de Strindberg, e trata da crueza de situações da vida diária e das convenções sociais.


Haja jornal! Foto: Camilo Fróes.

E o que os jornais fazem no cenário? Segundo Ulisses Cohen, responsável pela cenografia da peça, a história é cíclica e, a todo momento, faz referência aos jornais, às informações fúteis, supérfluas e passageiras, a assuntos antigos guardados e amontoados no cenário familiar.

As senhas para o espetáculo começarão a ser distribuídas às 19h. Chegue cedo e garanta a sua!


Cena do espetáculo. Foto: Margarida Dias.

Comentários

  1. Assisti à peça no sábado. Confesso que fui sabendo apenas que era um espetáculo português, de graça e com um cenário estupendo das tais 10 toneladas de jornal.

    Tive uma grata surpresa com um texto e interpretações excelentes. Um tipo de humor ácido, tocando em assuntos muito humanos. A estética do espetáculo é bem contemporânea, sem recorrer a grandes efeitos cênicos e coloca o espectador dentro da ação, íntimo daqueles personagens, suas angústias e suas inúmeras taças de vinho...

    Fiquei feliz por ver tal peça em cartaz no Vila. Tenho certeza de que os portugas foram muito bem recebidos nesta casa.

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  2. Eu também gostei muito. Também fui despretensiosamente,dei de cara com mil teatralidades num jeito cinematográfico de cortar as cenas -não é de se admirar, a diretora é cineasta -, e mil anos de história nos corpos e vozes que soam - e como soam - daqueles atores. É verdade que penei com a prosódia portuguesa, com as expressões da outra língua, que eu não conheço. Perdi bastante coisa do texto. Mas adorei mesmo assim, aquele clima bem assim .. Tchékhov, se me permitem o palavrão; eles bebem vinho como se tomassem vodka. Será que a famosa melancolia portuguesa é similar à russa?

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