Auto-retrato aos 40
Burburinho de bastidor



Foto: Márcio Lima

Estive aqui na apresentação de Auto-retrato da última sexta. Assisti o espetáculo aos pedaços, porque na verdade estava aguardando uma equipe de reportagem que acabou não aparecendo. Acontece... Acabei vendo um aspecto bastante divertido dessa montagem: o que acontece quando aquele povo todo não está em cena, mas se locomovendo pelas dependências do teatro para aparecer nos pontos mais absurdos e improváveis do palco.

Quando a gente assiste à peça, não faz idéia do que acontece fora da cena. Nem é pra fazer mesmo, porque o espetáculo concentra as atenções... Mas a coisa é bem curiosa. Primeiro porque a estrutura do Vila - e de Auto-retrato - exige que o elenco fique transitando por uma imensa área para passar de um ponto a outro longe dos olhos do público. Aí o que se vê por detrás das "cortinas" é o povo na correria por áreas onde os funcionários trabalham no dia-a-dia. E se você pensa que fica todo mundo quietinho, atento aos sinais para entrar em cena na hora certa, engana-se! O povo fica fazendo piadinhas, batendo papo, é um pequeno recreio. Todo mundo ligado no que está acontecendo, mas nada de tensão ou dura disciplina. Bárbara(Viladança) brinca até que dava para fazer um lanchinho. Chica aproveita para ler uns documentos, outros artistas bebem uma água. E até rola algum namorinho nos bastidores...

É um troço muito engraçado esse de topar com gente de figurino fora do palco. Dá uma sensação de estar encontrando com seres imaginários na vida real. Somente o calor e o cheiro de suor põe no chão os pés dessas criaturas e deixam claro que são gente. As pessoas ficam imbuídas de uma energia diferente quando estão em cena. É uma vibração mais forte, uma onda que extrapola seus corpos.

Seria um documentário interessante esse "off" do Auto-retrato aos 40...




Juliana Protásio

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