Saiba mais sobre a cenografia e direção musical do espetáculo "A Besta"

Você sabia que sucatas e materiais de ferro velho serviram como base para a construção do cenário de “A Besta”? A cenografia é assinada por Erick Saboya, artista visual e cenógrafo que desde Romeu & Julieta tornou-se um dos colaboradores da universidade LIVRE no território de espaços. Segundo Erick, os materiais utilizados no cenário da peça exploram a ideia de "um não lugar contraposto com um ex lugar que remete a um banquete abandonado em um salão nobre que ruiu com o Velho Mundo”.

Erick ganhou em 2015 o Prêmio Braskem de Teatro na categoria especial, pela cenografia de “A Bundade Simone”, e atualmente faz parte do Laboratório Vila de Taipa, ambiente colaborativo de estudo de espaços formado em parceria com Márcio Meirelles e Igor Liberato no Teatro Vila Velha.


Piano acústico, lustre, arames, cabides, placas de metal, cabaça, set eletrônico e máquina de escrever são itens do ambiente acústico construído por Ian Cardoso, colaborador da universidade LIVRE, que assina a direção musical do espetáculo A Besta. A peça conta ainda com a execução ao vivo da trilha pelo músico Caio Terra e desenho e operação de som por Gabriel Franco. Resultado da residência artística do diretor Graeme Pulleyn no projeto KCENA, o espetáculo A Besta foi baseado em três textos diferentes ("Ubu Rei", de Alfred Jarry; "O Rinoceronte", de Eugène Ionesco; O Teatro e A Peste, de Antoni Artaud) e por conta dessa montagem demandou a construção de três ambientes sonoros bem distintos.

O ambiente do “Ubu Rei” foi pintado sonoramente com o uso da sucata, que conversa com o cenário de Erick Saboya e o figurino de Tiago Ribeiro. São holofotes de diferentes tamanhos, arames, lustre e algumas placas de metal (uma delas sendo amplificada por uma cabaça) que segundo Ian permitem explorar uma grande possibilidade de timbres. Para o ambiente do texto “O Rinoceronte”, Ian utilizou principalmente o set eletrônico, criou uma faixa única com vários instrumentos e sintetizadores digitais e analógicos, e pelas combinações de um mesmo acorde nos diferentes instrumentos explorou o efeito de mais ou menos tensão na cena. “A intenção foi criar um ambiente mais onírico, no limite entre o sonho e a realidade", conta o músico. Já nos trechos de “O Teatro e a Peste” há sobretudo o uso do piano "a partir de uma pequena melodia que se repete sendo tocada por uma pessoa, enquanto a outra trabalha o piano de maneira não convencional, tocando as cordas internas expostas com um cabide e utilizando a caixa de maneira percussiva", complementa.


O espetáculo "A Besta" realiza últimas apresentações nesta semana: de quinta a sábado, 20h, e no domingo, 19h, no Teatro Vila Velha. Saiba mais e compre seu ingresso antecipado em www.teatrovilavelha.com.br

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