Espetáculo Os Cegos em cartaz no Vila




Em cartaz no Teatro Vila Velha, o espetáculo Os Cegos provoca o público através de uma estética que mistura símbolos e efeitos sensoriais. Criada a partir da obra do dramaturgo belga Maurice Maeterlinck, com direção de Vinícius Lírio, a peça é considerada um dos marcos do teatro simbolista. um grupo de cegos perdidos numa floresta, à espera de seu guia, sem saber que o mesmo está morto entre eles. A encenação possibilita que deficientes visuais apreciem a montagem sem o uso de acessórios.

O trabalho foi desenvolvido como parte do Programa de Residências Artísticas do Teatro Vila Velha, feito pelo COLE – Coletivo Livre de Espetáculos (“Propriedade Condenada”; “Trançados de Memória de uma Atriz-Brincante”). Em seu terceiro trabalho, o coletivo expande as possibilidades de apreciação para o Teatro Contemporâneo. Por meio de metáforas, a obra questiona a cegueira e a incapacidade de compreender/definir a morte, assim como outras problemáticas relacionadas às interações entre os homens.
“A encenação desse texto surgiu como reflexo de um interesse artístico e sociocultural de criação no e para o Teatro Contemporâneo, expandido os limites das convenções, numa proposta de ‘vivência cênica’, na qual os espectadores, mais que assistir, irão compartilhar uma experiência”, afirma Vinícius.

A montagem proporciona um ambiente cênico na qual atuantes e espectadores possam partilhar o estado de “estar cegos”, experimentando sensações, construindo imagens, potencializando sentidos. Para criação de um atmosfera sensorial, entrecruzou-se técnicas, procedimentos e princípios da Biomecânica Teatral de Meierhold, do trabalho pré-expressivo proposto por Eugênio Barba e dos pensamentos e práticas do Butô. O resultado é uma cena multifocal, multissensorial e multirreferencial, que busca possibilitar outras vias sensitivas de apreciação do teatro, que não somente a ocular.

Para realizar o trabalho, foi estabelecida uma parceria com o Instituto de Cegos da Bahia, por meio da qual os artistas envolvidos puderam vivenciar, debater e apreender questões e comportamentos do cotidiano do deficientes visuais, que acompanharam o processo de criação como expectadores e colaboradores.

A montagem reúne os atores: Bira Freitas ("Deus Danado", "As rimas de Catarina"), Uerla Cardoso ("Propriedade Condenada", "Gota D’Água"), Ana Tereza Mendes (“O Jardim secreto”, “Antígona”), Érica Ribeiro ("Áfricas", "O Contêiner"), Luiz Antônio Jr. ("Mar me quer", "Remendo Remendó"), que também assina a produção do espetáculo, e Agamenon de Abreu (“A Ave”, “Vira lona, Lona vira”), que também desenvolveu a concepção de cenário, figurino e maquiagem. Ainda, na equipe, Sandro Souza desenvolve assistência de encenação, Pedro Dultra assina a iluminação e Roquildes Junior assume a Direção Musical.

04 a 15/12 | qua a sáb: 20h | dom: 19h
R$ 20 e 10 | sala principal

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