Uma das linhas de ação que mais consome as preocupações dos artistas aqui do Vila é a formação de platéia. Mas, afinal, o que é formação de platéia?

A grosso modo, pode ser entendido como trazer gente para o teatro. Algumas pessoas entendem que isso significa distribuir ingressos de graça ou apresentações especiais a "preços populares". A forma como o Vila atua é um tanto diferente. Queremos, sim, atrair pessoas para o teatro. Mas, acima disso, queremos que este público seja capaz de apreciar e valorizar o trabalho do artista, que seja tocado por um espetáculo e deseje repetir essa experiência.


Da Ponta da Língua à Ponta do Pé

E como fazemos isso? Realizando trocas entre artistas e público, através de oficinas, palestras, bate-papos e, em alguns casos, promovendo acesso através da redução do preço do ingresso. As "trocas" são mesmo o principal foco da nossa ação. Acreditamos que, através do contato mais direto entre artistas e público, a difusão do conhecimento sobre as linguagens artísticas as torna mais próximas das pessoas, flui mais fácil, despertando tanto a compreensão quanto a sensibilidade. Sem formalismos ou pretensão, metemos a mão na massa e realizamos educação artística!

Há algum tempo já trabalhamos neste sentido, mas 2005 certamente vem sendo um ano especial de semeadura. Este ano, projetos como Vila Novos Novos, Da Ponta da Língua à Ponta do Pé e Vilerê foram bulir no começo de tudo: as crianças. Resolvemos fazer um investimento a longo prazo para a cultura baiana - estimular o crescimento do público das artes cênicas para daqui a uns 10 ou 15 anos.

Com o Vila Novos Novos, a Cia. Novos Novos ofereceu diversas oficinas a crianças de bairros populares, alunos de escolas públicas, que culminaram na inclusão de alguns deles no elenco de suas montagens. As atividades, que tiveram patrocínio da COELBA, trouxeram para o meio artístico crianças que normalmente não têm acesso a ele. Em novembro, a Novos Novos planeja uma temporada de apresentações para escolas públicas, em parceria com a Secretaria Municipal da Educação e Cultura, a exemplo do que já aconteceu com seus outros espetáculos e que este ano também foi feito pelo Viladança - que conta com o patrocínio da Fundação Cultural do Estado da Bahia.

Nesta parceria com a SMEC, o Viladança se apresentou para 8.800 alunos da rede pública municipal e agora, com o patrocínio do BNB, leva Da Ponta da Língua à Ponta do Pé às cidades de Brumado, Livramento, Rio de Contas e Jequié, onde faz apresentações do espetáculo e oficinas. Foi fácil perceber a empolgação dos pequenos ao longo do projeto, com muitos depoimentos de fascinação com o teatro e a vontade de alguns de se tornarem artistas...

Já o Vilerê - o Mês da Criança no Vila, com uma bela combinação de eventos lúdicos, artísticos e educativos, procura trazer ao público o divertimento com uma proposta de sensibilizar as crianças para a arte e a relação com o outro. Neste primeiro ano do projeto, estamos fincando as bases e, no ano que vem, vai ser melhor ainda!

É nisso que acreditamos. E quem compartilha desta mesma idéia são organizações como Petrobras, Chesf, Vivo e Fundação Cultural do Estado da Bahia, que vêm patrocinando o Vila, palco dessas iniciativas de educação pela arte.

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