A peça Ó Pai ó, que deu origem ao filme, continua em cartaz no Vila Velha
Depois do sucesso da estréia do filme Ó Paí ó, com grandes platéias na Concha Acústica de Salvador, em São Paulo e no Rio de Janeiro, o Bando de Teatro Olodum segue em cartaz com a peça que despertou todo este interesse nacional pelo cotidiano dos moradores do Centro Histórico de Salvador. A peça Ó Paí ó, com o elenco do Bando de Teatro Olodum e atores convidados da primeira versão de 1992, será apresentada no Teatro Vila Velha, todas as segundas-feiras de abril até o dia 23, sempre às 20h.
Em um Cortiço , administrado com mão de ferro por uma evangélica, moram os mais diferentes tipos que movimentavam o Centro Histórico. A realidade do Pelourinho Antigo é apresentada através de personagens cômicos que dividem o ambiente do pequeno cortiço, tendo que enfrentar a intolerância de Dona Joana, a religiosa proprietária. São músicos, artistas plásticos, prostitutas, travestis, baianas de acarajé, proprietários de pequenos bares, associações comunitárias, blocos afros, enfim, personagens reais que foram expulsas para dar espaço a um fictício shopping turístico a céu aberto. A montagem do Bando retrata um dia na vida desses diversos tipos que viviam no Centro Histórico. Um dia especial: uma Terça-feira de Benção, quando a movimentação na área era ampliada e também as alegrias e sofrimentos dos moradores de uma região estigmatizada e abandonada pelas autoridades. Enquanto se preparam para curtir a farra da Terça da Benção, os moradores precisam enfrentar a falta de água no prédio (ação proposital da proprietária) e o extermínio de crianças da área a mando de comerciantes interessados na "limpeza étnica" do local para aumentar a atração de turistas. Tudo discutido com criatividade, consciência racial e deboche, marcas definitivas das produções do Bando de Teatro Olodum.
Cinema – o sucesso do filme de Monique Gardemberg inspirado na peça, que teve pré-estréia na Concha Acústica do TCA para mais de 5 mil pessoas e reuniu famosos no Rio de Janeiro e em São Paulo, tem despertado o interesse do público em conhecer ou rever a montagem original do Bando. A versão que está sendo apresentada no Vila Velha traz semelhanças em relação a da estréia, em 1992. As atrizes Tânia Tôko, Edvana Carvalho e Luciana Souza, ex-integrantes do Bando que participaram da montagem inicial foram convidadas a reviverem seus personagens no filme e na peça. A trilha sonora é uma das grandes novidades dessa montagem, já que na primeira versão o tom era dado pelas composições do Grupo Olodum. Para esta nova montagem, o diretor musical Jarbas Bittencourt compôs músicas originais. O samba reggae, ritmo criado no Centro Histórico, é elemento forte na peça, tocado e cantado, o vivo, pelo elenco. A movimentação também traz novidades, pois o coreógrafo do Bando, Zebrinha, valorizou os antigos passos da dança de rua com técnicas da dança moderna.
Maturidade - Para a atriz Valdinéia Soriano, uma das fundadoras do Bando de Teatro Olodum, essa nova montagem de Ó Pai ó revela a experiência adquirida pelo Bando após 16 anos de trajetória e da encenação de diferentes gêneros teatrais como clássicos da dramaturgia mundial, teatro de cordel, musicais etc. "A maturidade e o aprendizado nos possibilitam uma limpeza das cenas, articulação melhor das idéias e das palavras e uma melhor utilização dos recursos técnicos como a música e as coreografias".
Em um Cortiço , administrado com mão de ferro por uma evangélica, moram os mais diferentes tipos que movimentavam o Centro Histórico. A realidade do Pelourinho Antigo é apresentada através de personagens cômicos que dividem o ambiente do pequeno cortiço, tendo que enfrentar a intolerância de Dona Joana, a religiosa proprietária. São músicos, artistas plásticos, prostitutas, travestis, baianas de acarajé, proprietários de pequenos bares, associações comunitárias, blocos afros, enfim, personagens reais que foram expulsas para dar espaço a um fictício shopping turístico a céu aberto. A montagem do Bando retrata um dia na vida desses diversos tipos que viviam no Centro Histórico. Um dia especial: uma Terça-feira de Benção, quando a movimentação na área era ampliada e também as alegrias e sofrimentos dos moradores de uma região estigmatizada e abandonada pelas autoridades. Enquanto se preparam para curtir a farra da Terça da Benção, os moradores precisam enfrentar a falta de água no prédio (ação proposital da proprietária) e o extermínio de crianças da área a mando de comerciantes interessados na "limpeza étnica" do local para aumentar a atração de turistas. Tudo discutido com criatividade, consciência racial e deboche, marcas definitivas das produções do Bando de Teatro Olodum.
Cinema – o sucesso do filme de Monique Gardemberg inspirado na peça, que teve pré-estréia na Concha Acústica do TCA para mais de 5 mil pessoas e reuniu famosos no Rio de Janeiro e em São Paulo, tem despertado o interesse do público em conhecer ou rever a montagem original do Bando. A versão que está sendo apresentada no Vila Velha traz semelhanças em relação a da estréia, em 1992. As atrizes Tânia Tôko, Edvana Carvalho e Luciana Souza, ex-integrantes do Bando que participaram da montagem inicial foram convidadas a reviverem seus personagens no filme e na peça. A trilha sonora é uma das grandes novidades dessa montagem, já que na primeira versão o tom era dado pelas composições do Grupo Olodum. Para esta nova montagem, o diretor musical Jarbas Bittencourt compôs músicas originais. O samba reggae, ritmo criado no Centro Histórico, é elemento forte na peça, tocado e cantado, o vivo, pelo elenco. A movimentação também traz novidades, pois o coreógrafo do Bando, Zebrinha, valorizou os antigos passos da dança de rua com técnicas da dança moderna.
Maturidade - Para a atriz Valdinéia Soriano, uma das fundadoras do Bando de Teatro Olodum, essa nova montagem de Ó Pai ó revela a experiência adquirida pelo Bando após 16 anos de trajetória e da encenação de diferentes gêneros teatrais como clássicos da dramaturgia mundial, teatro de cordel, musicais etc. "A maturidade e o aprendizado nos possibilitam uma limpeza das cenas, articulação melhor das idéias e das palavras e uma melhor utilização dos recursos técnicos como a música e as coreografias".
Quando fui assistir à peça "Ó Paí, Ó", fui de coração e peito abertos.
ResponderExcluirSempre vou assim ao Vila Velha, pois sei que ali só se representa trabalhos de ótima qualidade.
Desta vez, tomei um susto. Além da qualidade, havia no palco um realismo cru, visceral, expondo todas as feridas de uma cidade maravilhosa, porém cheia de cicatrizes e de mazelas geradas pela desigualdade, pela miséria e pela pobreza que é fomentada pelos nossos governantes.
O Pelourinho que vi no palco do Vila, foi o mesmo Pelourinho que eu vi em 1993 quando cheguei pela primeira vez à capital baiana. Um bairro pobre, com muita miséria em suas ruas e cortiços, a violência, a droga e o descaso das autoridades constituídas. E quase nada mudou. Expulsaram moradores dali, fizeram uma maquiagem no casario, mas a miséria ainda impera e a droga ainda é consumida e comercializada, a prostituição nos becos e praças (além daquela executiva, mais disfarçada) é o que mais se percebe naquele espaço de caos urbano.
E a peça consegue nos remetar a um tempo que está distante, a situações de selvageria e de luta sangrenta pela sobrevivência, em que alguns moradores se metem com o tráfico de drogas, outros com a prostituição, outros com o assassinato de crianças etc.
Fiquei chocado em ver o que não queria ver (ver o que eu fingia não ver, como faz a maioria das pessoas "de bem") e aplaudi de pé ao elenco, à produção, à técnica e a tudo o que compôs a apresentação.
Quando o filme entrou em cartaz, não pude deixar de conferir. E a sensação foi a mesma, agora ampliada pelas câmeras e cenários que estavam impecáveis, sem falar na atuação de Lázaro Ramos, Wagner Moura e a todo o elenco que merece aplausos.
BEM, SÓ QUERIA MESMO DEIXAR ESSE BLOG PRA QUEM GOSTA DE PINTORES PERFORMÁTICOS....
ResponderExcluirhttp://artesmais.blogspot.com/