Suinga de todos os ritmos


Foto Nathalia Miranda


A banda Suinga, atração do Vila da Música dessa quinta-feira, mostrou ao público por que é considerada uma inovação dentro do mercado de música da Bahia.  Com repertório totalmente autoral, a banda consegue ser um pouco de tudo aquilo que carrega o título de música baiana e, ao mesmo tempo, mostrar-se original.  Formada por Diego Fox (voz), Dinho Castilho (baixo), Igor Galindo (bateria) e contando com três guitarristas (Marceleza de Castilho, que também auxilia nos vocais, Sílvio de Carvalho e Dimazz), a Suinga já gravou um EP e vê seus videoclipes virarem moda na internet minutos após a publicação. Quase sempre comparada aos Novos Baianos (grupo formado na segunda metade do século XX por Moraes Moreira, Baby Consuelo, Pepeu Gomes, Paulinho Boca de Cantor, Dadi e Luiz Galvão), a banda afirma que tem outras influências, além das do grupo de Acabou Chorare. “Fomos buscar a estética do nosso trabalho, a questão do figurino, nos Novos Baianos e nos Doces Bárbaros. Mas, por outro lado, temos influência também de Chiclete com Banana, de Asa de Águia, de Luiz Caldas, enfim, de toda a música baiana produzida na década de 80”, explica o vocalista Diego Fox, 30 anos.

O suingue da Suinga

Com um nome sugestivo que, segundo Fox, “a escolha foi por ser um nome óbvio, que ninguém usava, principalmente se tratando de Bahia”, a Suinga levou todo o seu suingue para o show no Vila. O público presente suingou e até pediu bis quando os meninos, alegando ser a última música do show, cantaram Sorvete de cajá . Diante dos pedidos de “mais um”, eles não resistiram e retornaram ao palco, encerrando a apresentação com Miniminina.

Mostrando um verdadeiro caldeirão de ritmos, a
 Suinga apresentou canções cujos arranjos flertavam com pagode, arrocha, forró, frevo, lambada e, claro, axé music. A cada música, a plateia ainda se divertia com as dancinhas inusitadas de Diego Fox. Por sinal, a descontração é uma tônica da banda, que se zoa o tempo todo. Talvez por isso, o público que estava meio tímido no início do show, se sentiu à vontade e, cerca de 20 minutos depois do início do espetáculo, já avançava para frente do palco, tornando a distância entre os artistas bem menor. Antes de cantar Tonho Miserê, uma espécie de pagodão da Suinga, Diego brincou: “Vamos, agora, fazer um esquema tipo ‘camisa colorida’”, numa referência às festas “de camisa” que se popularizaram na Bahia e que sempre têm uma banda de pagode baiano como carro-chefe. Mas o repertório também abria espaço para baladas românticas, como a inédita Donna.

Para o estudante de análise de sistema do Instituto Federal da Bahia (IFBA), Enilton Rastele, de 22 anos, o grande atrativo da 
Suinga está mesmo no ritmo. “Gosto muito do som deles, principalmente do ritmo. Eles conseguem ser divertidos, fugindo da tradição que a gente tem aqui. Não ofendem ninguém. A banda é boa” finalizou. De fato, a Suinga traz uma identidade rítmica que é plural.


Texto: Raulino Júnior

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