Casa cheia para prestigiar o Grupo Performático Quilombo
A Sala Principal do Teatro Vila Velha ficou lotada na noite de ontem. O responsável por essa proeza foi o Grupo Performático Quilombo. Com muita versatilidade e mostrando as raízes da cultura afrodescendente, o grupo fez um show que revelava um notório trabalho de pesquisa. Com linha de frente formada por Antonio Soares, Denise Correia, Lucy Castro, Lázaro Machado, Emillie Lapa, Ricardo Correia, Daniel Silva, Tiago Dantas, Dainho Xequerê e Márcia Andrade, o grupo tem como identidade fazer a fusão de música, teatro, poesia, dança, artes plásticas e hip hop em suas apresentações. Dirigido por Luís Bandeira, que caprichou na estética do cenário e na preocupação cênica, o espetáculo foi bem recebido pelo público, que cantava e interagia a cada comando dos artistas.
Durante o show, o Grupo Performático Quilombo fez uma viagem musical em que destacou autores renomados do cancioneiro baiano, como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gerônimo e Moraes Moreira. Algumas canções foram declamadas, a exemplo de O Cidadão, de Moraes e Um trem para as estrelas, de Gil e Cazuza. Trechos do poema Navio Negreiro, de Castro Alves, também figuraram na apresentação.
Dentre os convidados do show, a banda Afro Men, formada por Jonatas Fernandes e Maurício Faísca, foi a primeira a entrar no palco. A segunda convidada, Aline Souza, já chegou brincando com a plateia e fez todo mundo soltar a voz ao cantar Não deixe o samba morrer, consagrada na interpetação de Alcione. Márcia Short, uma das atrações mais esperadas, correspondeu às expectativas do público e mostrou sua força como intérprete ao cantar Respeitem meus cabelos, brancos (Chico César) e Coração de bola (Timbalada). “É muito gratificante saber que estamos ocupando espaços que são nossos. É uma alegria ver o movimento da arte se fazendo, dando oportunidade a talentos fantásticos”, declarou a cantora. Magary Lord, que também faria uma participação no show, não compareceu. O artista plástico Denissena fez intervenção artística durante o espetáculo.
Noite inesquecível
O público que prestigiou o show ficou satisfeito com a apresentação. O auxiliar contábil Marcos Miranda, de 27 anos, elogiou o trabalho do grupo: “O show foi excelente! Sobretudo porque é gratificante ver a cultura negra em cima do palco”. A cantora do Grupo Performático Quilombo, Lucy Castro, 23 anos, falou sobre a importância do projeto O que cabe neste placo, do Vila. “O show foi maravilhoso! Esse projeto do Vila é importante porque dá oportunidade para grupos novos mostrarem os seus trabalhos. Como o Vila já tem uma tradição de cultura negra, estrear aqui foi mais que uma honra”. A sua colega de banda, Denise Correia, 39 anos, completou: “Cantar no Vila é uma emoção muito grande devido a tudo que o teatro representa. Foi emocionante ver a casa cheia, prestigiando um grupo que está começando. É uma noite que vai ficar na história da minha vida”, revelou.
Texto e foto: Raulino Júnior
m forte AXÉ, que siga na trilha desta energia,mas que circule como vento circulando em todos os terreiros da Bahia. Um forte AXÉ.
ResponderExcluir