o que você sabe sobre "ó paí, ó"?
Era início da década de 90 quando o Bando de Teatro Olodum, dando os primeiros passos no cenário teatral baiano, ensaiava suas peças na antiga Faculdade de Medicina do Terreiro de Jesus, no Centro Antigo. O convívio diário com os moradores do Maciel Pelourinho e a participação nas movimentadas Terças de Benção já haviam inspirado o elenco do Bando na montagem de estréia da companhia, a peça Essa é Nossa Praia, de 1991. A boa aceitação do público e a conexão direta entre a realidade daquela comunidade com os questionamentos que o Bando queria levar ao palco fizeram com que o grupo voltasse a tematizar o Centro Histórico e os problemas enfrentados pelos moradores. Daí nasceu Ó paí, ó! que estreou em 1992, causando forte impacto na cidade.
“Ao montarmos a peça em 1992, parece que estávamos prevendo uma série de situações no Centro Histórico que atingiria diretamente os moradores, como a expulsão de suas casas, as dificuldade de acesso ao local, as violentas abordagens policiais, entre outros questionamentos feitos durante todo o processo de reforma que prosseguiu após a estréia da peça”, conta Val Soriano, integrante do grupo desde a sua formação.
O ator Jorge Washington, também fundador do Bando, começou a trabalhar no Pelourinho desde os 14 anos de idade e lembra a atmosfera da época: “a aglutinação da negrada despertou o movimento negro para a importância do local como palco de protestos e reivindicações sociais contra o preconceito racial, a violência contra os negros, entre outros problemas causados pelo racismo. Aí passaram a organizar grandes manifestações no Centro Histórico, com a presença dos blocos afros e uma negrada de vários pontos da cidade”.
Sobre a reforma que começou a ser feita bem naquele período, Jorge Lamenta que ela tenha tirado do Pelourinho esse clima político e de encontro democrático. “Colocaram uma roupa que não combinou com o corpo... ficou estranho”.
Ó paí, ó! é onde a galera coloca a boca no trombone.
Who's bad?!
“Ao montarmos a peça em 1992, parece que estávamos prevendo uma série de situações no Centro Histórico que atingiria diretamente os moradores, como a expulsão de suas casas, as dificuldade de acesso ao local, as violentas abordagens policiais, entre outros questionamentos feitos durante todo o processo de reforma que prosseguiu após a estréia da peça”, conta Val Soriano, integrante do grupo desde a sua formação.
O ator Jorge Washington, também fundador do Bando, começou a trabalhar no Pelourinho desde os 14 anos de idade e lembra a atmosfera da época: “a aglutinação da negrada despertou o movimento negro para a importância do local como palco de protestos e reivindicações sociais contra o preconceito racial, a violência contra os negros, entre outros problemas causados pelo racismo. Aí passaram a organizar grandes manifestações no Centro Histórico, com a presença dos blocos afros e uma negrada de vários pontos da cidade”.
Sobre a reforma que começou a ser feita bem naquele período, Jorge Lamenta que ela tenha tirado do Pelourinho esse clima político e de encontro democrático. “Colocaram uma roupa que não combinou com o corpo... ficou estranho”.
Ó paí, ó! é onde a galera coloca a boca no trombone.
.toda quarta e quinta, às 20h, até 12 de fevereiro.
Who's bad?!
*adaptado do release da peça
*fotos de João Meirelles
*fotos de João Meirelles
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