COMO FOI?

de como o surfista "lôro" virou o gerente-zen da gente

Este é o relato de Jeudy Machado de Aragão, de como veio parar no Vila.

"A minha chefe em otura empresa era diretora administrativa do Teatro Vila Velha". Jeudy é um pouco direto, as vezes. Que chefe, Jeudy? "Guida. Margarida Almeida (...) perguntou se eu queria trabalhar a noite. Eu disse que sim e vim ficar no lugar de Adelina, nossa amiga em julho de 1997". Quando Jeudy veio ao Vila, a reforma estava terminando, poeira para todo lado e em cartaz, Barba Azul,da CTN, na sala João Augusto. "O chão do palco era barro, só funcionava o Cabaré, e sem ar-condicionado", são algumas coisas que ficam mais firmes na lembrança de quem lida diretamente com o público. Naquele tempo, o Vila era uma aventura, "o Vila só tinha um computador, então eu vinha pra cá, e não tinha muito o que fazer até começar o espetáculo, e tínhamos poucos espetáculos, e pra ocupar meu tempo, Marcio resolveu levantar a estatística de público do Vila. (...) duas ou três vezes na semana, eu ia na casa dele, digitar a estatística de público". Em maio de 1998 o Vila foi reinaugurado, as atividades ficaram mais intensas e a experiência foi ficando cada vez mais interessante. "Em 2001 o Vila resolve virar estúdio de TV, vem o Arerê Geral, da TV Bahia, e a gente entra num processo meio kamikaze". Jeudy contou que o ingresso era um quilo de alimento e "como não cabiam todas as pessoas, o público que não conseguiu assistir, fez bombas de farinha e arroz com água e jogavam na gente quando a gente passava pela rampa!", e teve mais, "estavam ameaçando quebrar o vidro, alguém me segurou pela camisa, me segurou pelo bolso da calça, e arrancaram o bolso da minha calça que ficou na mão não sei nem de quem". Mas chega de confusão! Foi bom, assumir esse papel? "O fato de ser uma empresa gerida por artistas, tem um caráter muito diferente de tudo o que eu imaginava relacionado a trabalho. Eu sempre me imaginei de trás de uma mesa de escritório e vim parar num lugar completamente diferente, com situações exóticas, eu pensava sobre mim mesmo, e pensava: bom, será que eu já me imaginei na minha vida como um surfista que estudava filosofia e era da área administrativa de umt teatro? é uma coisa impensável!". Uma das coisas boas de trabalhar à noite no Vila é que dá pra estudar sem ter que fazer tanto malabarismo. "Jeudes" se formou em Filosofia e faz pós-gradução também em Filosofia na UFBA. Nesses anos todos, já são nove, não pensou em ser artista? "Eu descobri que talvez por excesso de timidez eu não tenha ainda pensado nisso, mas eu decidi ser uma ator frustrado, o professor é um ator frustrado". Jeudy dá aula de estética. Nesses passeios pela universidade acabou sendo professor de Jarbas Bittencourt e Felice Souzatto. "Fico muito feliz por poder fazer as duas coisas ao mesmo tempo. Profissionalmente eu me sinto realizado". Ah, Jeudy, conta algum causo desses de bilheteria, pra gente. Todo mundo sabe que as coisas mais esdrúxulas acontecem do lado de lá da bilheteria e que você é cheio de história pra contar! "Bem, deixa eu ver... No fim de novembro de 99, veio uma pessoa para assistir Fausto#Zero, seguindo anúncio do jornal A TARDE, porém o espetáculo já tinha saído de cartaz há um mês, mais ou menos. Daí eu convenci ela a vir outras vezes, ver outros espetáculos, ela veio, conheceu, e estamos casados a 5 anos." Na conversa diversas outras pequenas lembranças surgiram, "Lembrei da minha paranóia pelos minutos. Quem não lembra de Jeudy dizendo: faltam quatro minutos e MEIO para o primeiro sinal". Assim, Jeudy está amalgamado com o Teatro. Ao longo dos anos, se tornou cada vez mais, um dos nossos.

Esse é Jeudy Jedi, Personagem do Vila.

Comentários

  1. Jeudy é realmente uma pessoa ímpar. O seu caráter é irretocável. A sua dedicação à família é excepcional. Sou feliz por tê-lo como amigo.

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