Pernambuco foi o terceiro estado pelo qual a Cia. Viladança passou na turnê que faz através do projeto Palco Giratório do SESC. Entre 14 e 28 de agosto, o grupo realizou oito apresentações e duas oficinas.
Petrolina
No dia seguinte à chegada em Petrolina, o Viladança participou da atividade Pensamentos Giratórios, uma espécie de mesa-redonda promovida pelo SESC para incrementar o intercâmbio de experiências e idéias entre artistas. O tema discutido foi "A Formação do Dançarino Contemporâneo" e a mesa foi composta pela diretora do Viladança, Cristina Castro, Maria Paula Rego (diretora do grupo Grial), Jailson Lima (diretor do teatro do SESC Petrolina) e Valdete Cezar (professora e diretora da Escola de Ballet Valdete Cezar).
Ainda na cidade, a diretora Cristina Castro ministrou oficinas de dança contemporânea, oferecidas gratuitamente ao público pelo SESC. Ao todo, 20 alunos participaram das aulas.
O espetáculo José Ulisses da Silva foi apresentado pelo Viladança no ginásio de esportes Marco Maciel. Dentre o público, que lotou o espaço, destacaram-se trabalhadores da zona rural, agricultores e pescadores alunos do EJA (Educação para Jovens e Adultos) levados pela profª Cátia Cardoso. A professora trabalha há 14 anos com alunos da zona rural de Pernambuco e da Bahia. "Sempre que possível ofereço a eles teatro, música, poesia, dança. Para os olhos vermelhos do sertanejo a arte é sombra. Foi com certo estranhamento que eles viram Ulisses, e isso amplia os universos internos, os coloca em contato com o meios, com o melhor da existência", declara.
Para fechar a programação de Petrolina, o Viladança apresentou Da Ponta da Língua à Ponta do Pé no Teatro SESC.
Durante a estadia na cidade, a companhia teve ainda a oportunidade de assistir a espetáculos de outros grupos. Foram eles: Ao Amor e à Dor e Bailantes, Brincantes e Dançantes do grupo de dança do SESC Petrolina, com coreografia e direção de Jailson Lima.
Além da receptividade do SESC, em Petrolina a Cia. Viladança recebeu também o carinho de Daniela e Valdete Cezar, que abriram a Escola de Ballet para que a companhia fizesse aulas para a sua manutenção técnica. A Escola Valdete Cezar oferece, há quatro anos, aulas de balé gratuitas para filhas de empregados da prefeitura da cidade. São 50 alunas com faixa etária entre 4 e 7 anos que têm a oportunidade de desenvolver seu talento.
Garanhuns
Na cidade de Garanhuns, a Companhia Viladança visitou o Centro Cultural onde fica o Teatro Luis Souto. Construído em uma antiga estação de trem, o Centro Cultural conserva até hoje peças interessantes como os bancos de metal dos trens (que são agora os assentos do teatro), as vigas de madeira (antigo teto da estação), a cabine de luz toda gradeada como uma cabine de bilhete, dentre outras curiosidades.
Sagração da Vida Toda foi apresentada no Teatro Luis Souto, com palco bem tradicional, italiano com cortinas de veludo e fosso para orquestra. O técnico responsável foi Roberto.
Caruaru
Na cidade conhecida pelo seu pólo industrial na área têxtil, a Companhia Viladança apresentou José Ulisses da Silva no Teatro Rui Rosal, dentro do SESC Caruaru. O debate foi bastante provocativo e rico, contando com a participação de jornalistas e estudantes de dança. Na platéia estava também o diretor de cultura do SESC Caruaru, Severino Florêncio, também ator e diretor teatral.
Recife
Guiada por Sr. Francisco, um motorista capaz de se perder em linha reta, a companhia quase não conseguiu chegar ao SESC Casa Amarela. Um dos dançarinos, Rafael, teve que ir perguntando aos pedestres que direção seguir. ?Ele ficou conhecido em Recife e pretende até se candidatar a vereador local?, brinca a diretora Cristina Castro.
Já no SESC, o grupo apresentou José Ulisses da Silva. Na platéia, pessoas ilustres como Zé Manoel, diretor regional do SESC Pernambuco; Breno Fittipaldi, coordenador de Cultura do SESC Casa Amarela; Jailson Lima, coordenador de cultura do SESC Petrolina; Branco, diretor do grupo pernambucano Kompassos; Lira, escritor local; Luciana, jornalista do Diário de Pernambuco, além da comunidade local.
No dia seguinte, Da Ponta da Língua à Ponta do Pé foi encenado no aconchegante Teatro Capiba, com capacidade para 130 pessoas, no SESC Casa Amarela.
Ainda na capital pernambucana, o Viladança realizou um intercâmbio com o Grupo Kompassos, dirigido por Branco e existente há 15 anos. As duas companhias discutiram as políticas culturais e o incentivo a festivais de artes cênicas em Salvador e Recife, a forma de organização de cada grupo, necessidades em comum etc. Numa parte prática do intercâmbio, trocaram experiências sobre a preparação técnica dos dançarinos e processo criativo para montagens. Jai e Patrícia ministraram, respectivamente, aulas típicas do Viladança e do Kompassos e os diretores das companhias exemplificaram com jogos como são desenvolvidas as improvisações. Ao todo, foram mais de 8h trocando experiências!
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