Espetáculo A Tempestade retorna com exibição virtual, roda de conversa e duas exposições


O espetáculo “A Tempestade”, que encena o texto do dramaturgo inglês William Shakespeare, tem exibição gratuita dia 17/08, às 19h, no palco virtual do Teatro Vila Velha (
www.youtube.com/teatrovilavelha). Interrompida em março de 2020 devido a pandemia da covid-19, a montagem é da Companhia do Teatro dos Novos, que comemorou 60 anos de existência e tem direção de Marcio Meirelles. Após a exibição, às 17h20, também no Youtube do Vila, realiza-se uma roda de conversa com a participação dos grupos do projeto Boca de Brasa, iniciativa da Fundação Gregório de Matos. Complementando a experiência de fruição do espetáculo, duas exposições virtuais marcam o retorno da peça “A Tempestade”. Dia 20/08 a exposição homônima apresenta detalhes sobre o processo de realização da montagem, já no dia 27/08, a exposição “Novos aos 60” recorda as histórias da Companhia Teatro dos Novos. Ambas as mostras estarão disponíveis a partir das 19h no Artsteps do Vila (https://bit.ly/2VMct1e).

“A Tempestade” conta a história de Próspero, o Duque de Milão, que sofre um golpe de estado tramado por seu irmão Antônio e é exilado em uma ilha com sua filha, Miranda. Lá, anos depois, manipula as forças da natureza, através da magia, para retomar o poder perdido. Uma tempestade criada por Ariel, ser mágico a serviço de Próspero, provoca o naufrágio do navio onde estão os nobres que o destituíram do ducado, entre eles, o rei de Nápoles, Alonso, e seu filho Ferdinando. Como um bom estrategista, ele quer tomar de volta o poder e casar sua filha Miranda com o príncipe de Nápoles, aumentando assim seu poder. Só que nem tudo é controlado: nessa trama, Caliban, escravizado por Próspero, também planeja derrubar seu inimigo. Para Lucio Tranchesi, que interpreta o duque exilado, “Próspero não era um bom estadista, mas era uma pessoa sensível que optou pelo estudo do oculto e com isso sofreu o golpe”.


“Estamos vivendo todo um caos, nada mais é confiável, nada é mais linear, as instituições não estão dando conta, ninguém sabe o que acontece, é a tempestade sobre o caos”, comenta Marcio Meirelles a respeito do que o motivou a escolher a peça.


A escolha do elenco e personagens reflete a proposta do diretor de levar ao palco as questões contemporâneas que o texto traz: a única personagem feminina, Miranda, é interpretada por um homem; o personagem Caliban é uma mulher negra e Ariel e seus espíritos são também mulheres.


A ilha também é um personagem, com seus ruídos, magia e natureza. Esta presença é demonstrada na montagem através elementos cênicos como no figurino, na trilha sonora, na luz e na coreografia. Da mesma forma que no texto, onde os elementos estão entrelaçados, fazendo parte de um tecido, assim também foi pensada a montagem, com o cenário e figurino dialogando com as questões contemporâneas do texto. O mar e a ilha estão cobertos por petróleo, tonéis servem como tronos e projeções em vídeo mostram trechos de fatos políticos e sociais atuais, no Brasil e no mundo. A concepção do cenário é de Erick Saboya, já o figurino, criação de Zuarte, Marcio Meirelles dialoga com o cenário e apresenta elementos que remetem a instituições do Estado.


Para tornar a experiência de fruição do espetáculo completa e interativa, o projeto inclui duas exposições virtuais na plataforma Artsteps, onde o público consegue caminhar pelo cenário 3D, se aproximar e se afastar das fotografias e ter acesso à atmosfera dos espetáculos. Ao explorar o campo digital como uma maneira de dar continuidade ao trabalho artístico, Edu Coutinho, ator do Teatro dos Novos, curador e produtor das exposições revela:  “O Teatro Vila Velha não parou com a pandemia. Ao contrário, desde os primeiros meses de confinamento, o Vila tem pesquisado novas formas de fazer. Cada novo projeto abre um campo de possibilidades poéticas e tecnológicas. Acho que essas exposições são a continuidade dessa pesquisa. O grande ganho, já sabemos, é o alcance.” 


A primeira exposição “A Tempestade” revela detalhes sobre o espetáculo homônimo, o processo de criação e o sentido político da peça, reunindo fotografias de cena feitas por João Milet Meirelles durante a temporada que foi interrompida pela pandemia, os registros de ensaio feitos pelo próprio elenco, além dos trechos do texto e um mural que apresenta os personagens e as suas conexões, revelando certa simetria orquestrada por Shakespeare ao escrever a peça. 


Já na sexta-feira seguinte (27) acontece a segunda exposição, “Novos aos 60”, que tem uma razão especial: celebra os sessenta anos da Companhia Teatro dos Novos. "Novos aos 60" é conduzida por fotografias dos espetáculos costuradas por pequenos textos que vão ajudando a contar a história da companhia, desde a primeira peça, "O Auto do Nascimento", apresentada em Itabuna em 1959, até as produções mais recentes, como "Quem não morre não vê Deus", apresentada agora em 2021, em formato virtual. A expografia e criação gráfica de ambas exposições são de Lia Cunha e Isabelli Coretti.



SERVIÇO


EXIBIÇÃO

A TEMPESTADE 

DIA 17/08 

15H

YOUTUBE DO VILA


RODA DE CONVERSA

com os grupos do projeto Boca de Brasa

17/08

17h20

YOUTUBE DO VILA 


EXPOSIÇÃO VIRTUAL “A TEMPESTADE”

20/08

A PARTIR DAS 19H

ARTSTEPS DO TEATRO VILA VELHA


EXPOSIÇÃO VIRTUAL “NOVOS AOS 60”

27/08

A PARTIR DAS 19H 

ARTSTEPS DO TEATRO VILA VELHA


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