Um homem de palavra - por Raulino Júnior
Marcio Meirelles em As Palavras de Jó. Foto: Eduardo Coutinho
“Havia
um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; e este era homem sincero, reto e
temente a Deus, e desviava-se do mal”. Essa epígrafe do Livro de Jó,
que consta na Bíblia, é o argumento que conduz o monólogo As Palavras
de Jó, que está em cartaz no Teatro Vila Velha (TVV),
integrando o Projeto Matéi. A
montagem coloca em cena, no palco e na direção, Marcio Meirelles, que deu a sua palavra
ao acatar a sugestão do próprio autor do texto, o romeno Matéi Visniec,
de encenar e viver Jó.
Ao entrar na Sala Principal do Teatro Vila Velha, o espectador se depara com um Jó soturno e ensimesmado. A sonoplastia, fundamental durante todo o espetáculo, aparece como extensão dos sentimentos do personagem, que está num “poço envenenado”. Esse “poço”, que será revelado mais tarde numa das passagens do texto, é o cérebro de Jó.
Ao entrar na Sala Principal do Teatro Vila Velha, o espectador se depara com um Jó soturno e ensimesmado. A sonoplastia, fundamental durante todo o espetáculo, aparece como extensão dos sentimentos do personagem, que está num “poço envenenado”. Esse “poço”, que será revelado mais tarde numa das passagens do texto, é o cérebro de Jó.
A
partir desse preâmbulo, a plateia acompanha a história do homem que passa por
provações, mas não abdica de sua fé. No texto bíblico, é capaz de dizer: “...
receberemos o bem de Deus, e não receberíamos o mal?”. Na peça, Jó também
aceita e entende o seu sofrimento, resiste a qualquer desvio e afirma: “Eu
acredito no homem. Não poderia dizer, mas não posso não dizer”.
Reações
Quem assistiu ao espetáculo, saiu pensando em para onde caminha a humanidade, principalmente depois de ouvir Jó falar, no final da peça, que palavras como Promessa, Futuro e Beleza se comprometeram a cuidar do homem. “A gente tem esquecido muito de que somos nós mesmos os homens e entramos em um sistema que só nos degrada e faz com que, cada dia, a gente acredite menos em nós. Eu acredito muito na arte informativa, essa arte que traz etretenimento junto com informação, que possa te levar a algum lugar”, refletiu o ator e “aspirante a engenheiro”, como ele próprio se definiu, Maurício Pedreira, de 29 anos.
A educadora e coordenadora do CRIA (Centro de Referência Integral de Adolescentes), Eleonora Lemos Rabêllo, 61 anos, destacou o fato de ter visto Marcio Meirelles no palco: “ Foi bom ter visto Marcio interpretando, nunca tinha visto. Vejo tudo que ele encena, o adoro como diretor e adoro o trabalho do Vila. Já conhecia alguns outros textos de Matéi e fiquei muito impressionada com esse. Eu achei o espetáculo perfeito”, elogiou. #TodosSomosJó?
Num mundo em que a credibilidade está em crise e desconfiar, infelizmente, é quase uma premissa em qualquer relação, não tem como não indagar: #TodosSomosJó? Apesar de tudo, ainda acreditamos no homem? É possível sofrer e, ainda assim, ser crédulo? É de se pensar...
* Raulino Júnior é professor da rede estadual de ensino, jornalista e compositor. Mantém o blog "Desde que eu me entendo por gente".
Reações
Quem assistiu ao espetáculo, saiu pensando em para onde caminha a humanidade, principalmente depois de ouvir Jó falar, no final da peça, que palavras como Promessa, Futuro e Beleza se comprometeram a cuidar do homem. “A gente tem esquecido muito de que somos nós mesmos os homens e entramos em um sistema que só nos degrada e faz com que, cada dia, a gente acredite menos em nós. Eu acredito muito na arte informativa, essa arte que traz etretenimento junto com informação, que possa te levar a algum lugar”, refletiu o ator e “aspirante a engenheiro”, como ele próprio se definiu, Maurício Pedreira, de 29 anos.
A educadora e coordenadora do CRIA (Centro de Referência Integral de Adolescentes), Eleonora Lemos Rabêllo, 61 anos, destacou o fato de ter visto Marcio Meirelles no palco: “ Foi bom ter visto Marcio interpretando, nunca tinha visto. Vejo tudo que ele encena, o adoro como diretor e adoro o trabalho do Vila. Já conhecia alguns outros textos de Matéi e fiquei muito impressionada com esse. Eu achei o espetáculo perfeito”, elogiou. #TodosSomosJó?
Num mundo em que a credibilidade está em crise e desconfiar, infelizmente, é quase uma premissa em qualquer relação, não tem como não indagar: #TodosSomosJó? Apesar de tudo, ainda acreditamos no homem? É possível sofrer e, ainda assim, ser crédulo? É de se pensar...
* Raulino Júnior é professor da rede estadual de ensino, jornalista e compositor. Mantém o blog "Desde que eu me entendo por gente".
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