NOTA DE PESAR
Antônio Luiz Alves de Souza, o Neguinho do Samba, foi um dos comandantes da “Revolução dos Tambores” que se processou na cidade da Bahia a partir da década de 70, quando instrumentos de percussão passaram a ser utilizados como armas de luta, amplificadores de denúncias, afirmando e evidenciando a beleza de ser negro. Com o samba-reggae tocado nas quadras dos blocos afro, nas ruas e ladeiras dos bairros desta cidade, o mundo conheceu a trajetória de um povo e aprendeu a respeitar sua resistência e admirar sua arte. Neguinho do Samba foi o criador desse ritmo. A profissão de ferreiro garantiu-lhe a capacidade de moldar ferro e alumínio na busca do instrumento perfeito para o ritmo que se criava. A partir do desejo de um som novo, conectando as sonoridades apreendidas nos toques ancestrais ao universo contemporâneo, ele projetou a percussão dos blocos afro, fundamentais à cultura da Bahia, para o mundo todo.
O nome de Neguinho está onde estão os nomes dos que inventaram a Bahia, no posto de mestre, nos ensinando a acreditar na possibilidade das nossas realizações. Além de todas as justas homenagens, cabe-nos dar continuidade ao seu toque.
A Secretaria de Cultura do Estado da Bahia quer sambarreguear em silêncio, neste momento, para que o coração de nossa terra possa ser ouvido, compartilhando o mesmo sentimento dos familiares, amigos e parceiros de Neguinho, em especial, dos jovens, meninos e meninas, transformados em artistas pela regência do Mestre dos tambores.
Márcio Meirelles,
Secretário de Cultura da Bahia
Comentários
Postar um comentário