COMO FOI?

de como Dulcinéia montou no cavalo e veio sonhar com a gente

Este é o relato de Cristina Amado de Castro, de como veio parar aqui no Vila Velha

A história toda envolve um pouco de sorte. "Eu conheci o Teatro Vila Velha há muito tempo atrás... Antes da reforma". Em que ano, ninguém sabe. Tem um tempinho. "Primeiro como público, depois como artista". Artista, artista mesmo, Cristina já era muito antes de se esbarrar nesse teatro. Dela ser artista e talentosa, não somos os culpados! Não dessa vez! Sucederam-se algumas coincidências, alguns encontros bem sucedidos, e por sorte o Teatro Vila Velha estava no caminho dela. Ou ela estava bem no meio do nosso caminho. Cristina foi a academia de balé até virar bailarina. Cursou Dança na Ufba e um tempo depois acabou no Balé do Teatro Castro Alves. Conheceu América do Sul e do Norte, leste e oeste europeu e até Israel com o BTCA. Mas em algum momento do sobe e desce de avião, talvez na fila de desembarque em algum país da ex União Soviética, Cris percebeu que não queria ser dançarina. Não só. Aì é que tá a sorte. Sorte dela e nossa, que, decidindo então coreografar conheceu a Oficina Nacional de Dança e comandou uns rapazes numa coreografia de nome "Tribo" que foi apresentada uma vez só, um dia só, aqui, no Teatro Vila Velha. "Foi um marco na minha vida criativa, foi um trabalho muito decisivo na minha carreira como criadora". A outra sorte foi quando um tal diretor de teatro, Marcio Meirelles, chamou Cristina para coreografar "A Ópera dos Três Mirréis", do Bando de Teatro Olodum. Chamou, ela topou, e a partir daí, Cristina podia até não saber, mas já era do Vila. Coreografou uma coisa atrás da outra e atirou-se no projeto Baila Vila, um projeto de dança para o Vila Velha. Depois da idéia do projeto, a idéia do grupo de dança contemporânea. O Viladança. Aí se deu a transição, o salto, de lá pra cá. Deixou de ser professora de dança, deixou de coreografar aqui e ali, passou a ter um grupo, um lugar. A dedicação exclusiva ao Viladança e consequentemente ao Vila Velha, deu resultado, e quem está dizendo não somos nós, quando Da Ponta da Língua à Ponta do Pé estreou, foi recorde de público, uma parceria com a prefeitura trouxe 8800 crianças para o espetáculo e até na Unesco tinha gente aplaudindo. Teve gente na Alemanha querendo ver o Viladança, e Cristina e o Viladança foram, fizeram amigos por lá, então Helena Waldmann veio aqui fazer uma parceria para montar Caçadores de Cabeças. A coisa deu tão certo, que até um rapaz em Minas Gerais ficou impressionado com o trabalho de Cris e do Viladança. Daí tirou do bolso uma trilha que ele tinha guardada a muito tempo e pediu para Cris coreografar. Ela coreografou e o espetáculo que surgiu da união é Aroeira - com quantos nós se faz uma árvore, o mais novo do Viladança, com trilha sonora de Milton Nascimento. Só até esse domingo!

Essa Cris, personagem do Vila.

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