Diário de Bordo: nono dia de oficina com o diretor teatral Marcio Meirelles em São Tomé
Convidado pela “Cena Lusófona”, Associação Portuguesa para o Intercâmbio Teatral, o artista conduz na África, juntamente com António Augusto Barros (diretor da associação), uma seleção de atores para a montagem de um espetáculo com estreia em Portugal.
Dia 9
arrumamos as cenas
o grupo q fez a cena das drogas vai propor uma nova
atores q n vieram no primeiro dia
em q as cenas foram criadas ou seja n participaram do processo completo
onde cada um primeiro apresentou seu personagem
fez o diálogo c um outro
e depois foi escolhido para o “time” q faria a cena
formariam um grupo novo fruto do acaso do atraso e da ausência
resolvo propor q se juntem na cena da droga e façam a nova cena juntos
assim como agreguei um novo ator atrasado a outro grupo
então temos 4 cenas de 4 atores uma de 5 e um grupo com 7
o grupo de 7 propõe uma cena sobre gravidez na adolescência
e problemas familiares entre pai autoritário
e mãe responsável única pela educação dos filhos
e um filho q quer ser repista
tem ainda um professor responsável pela moral
um lutador q engravida a menina e n assume
e um repista amigo do filho q combate o sistema
mas depois se rende ao rico pai do amigo q propõe à dupla
a gravação de um cd e apresentação num show
no grupo de 5 atores temos uma cena
onde um comerciante pouco escrupuloso
joga cartas c um amigo pescador e
sabendo das dificuldades financeiras deste
oferece um empréstimo no intuito de tomar seu barco e seu trabalho
enquanto duas senhoras discutem seus problemas
um pássaro q n deixa uma delas dormir
e uma questão de divisão e invasão de terras n deixa a outra
nisto chega uma mulher ferida no braço
as outras duas pedem ajuda ao pescador q salva a ferida
o comerciante volta p cobrar a dívida
· uma mulher tem terras q estão sendo invadidas
pede ajuda a amigas para encontrar alguém pra trabalhar como guarda
e vigiar a roça durante a noite
contrata um senhor indicado por uma delas
mas este tem medo de escuro e da noite
e se esconde
qdo ela chega vê q levaram tudo
demite o novo empregado e cansada de tudo resolve ser dançarina
· um trabalhador rural planta e vê depois sua colheita roubada
enqto sua mulher tenta educar sua filha
q quer ser dançarina de kuduro e seduz um polícia pedófilo
o pai chega e diz q estão sem colheita e sem dinheiro
a mulher tenta punir o polícia q n ajuda a resolver o problema do roubo
pq é polícia de cidade
· uma mulher sabe q seu marido tem uma namorada
discutem e ele diz q tem cinco mulheres pq é homem e pode
ela bate nele como costuma fazer
o filho tenta apartar a briga e chama o vizinho
um militar aposentado q tb tenta
tenta colocar os dois pra marchar
o filho q vai participar de um concurso de dança
bota todos a dançar
· uma senhora perdeu o filho e está desesperada
cobiçada por dois senhores q n se importam c o problema dela
ela encontra um atleta q diz ter visto o filho indo pro mar
c um pescador
ela desmaia e cuidam dela até ela voltar a si e sair em busca do filho
os 3 homens discutem a incompetência deles em conquista-la
são situações ingênuas às vezes absurdas costuradas
c pedaços de personagens e relações construídas ao caminhar
imaginar coisas produzir ritmos relações c olhares
situações criadas c diálogos mudos
um acúmulo de elementos deram nestas cenas
q representam de alguma forma um momento daquele coletivo humano
pq surgiram essas cenas? esses assuntos?
o q no momento da história deste lugar fez esses atores
se voltarem para esses temas
este o segredo – o q temos p falar o q nos faz falar pq e p quem falar?
discutimos isso de várias formas
vamos conversando e reformulando cada cena
proponho ao grupo da mãe desesperada pela perda do filho
q o atleta sugira q ele foi enfeitiçado
ela se dá conta de q há bruxaria envolvida no desaparecimento
e cai tb em transe
há uma cerimônia de djambi e ela “montada” tem a revelação
de onde ele está e sai a procura no final
esta sugestão veio de uma conversa c barros
ele me disse q nos primeiros dias antes da minha chegada
provocou o relato de casos de bruxaria
elemento presente no espetáculo as orações de mansata
produto final do projeto q ele vai dirigir em coimbra
c atores de 5 países lusófonos portugal brasil angola guiné bissau e s tomé
todos trabalham suas cenas e reapresentam
há sensíveis mudanças em cada uma delas
a tarefa continua a ser pensar refletir propor
o q falamos qdo estamos representando esses personagens
q são como nossos vizinhos?
o q nos dizem nossos vizinhos e q vamos dizer p eles?
bjs e obrigado
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