Pontapé Educativo

Com a estréia Da Ponta da Língua à Ponta do Pé, o Viladança dá início a um amplo projeto de educação artística para jovens e formação de platéia para as artes cênicas. Quer dizer, esse processo não é algo assim tão recente, mas uma idéia que vem amadurecendo na cabeça de Cristina Castro - diretora do grupo - há uns dois anos e que sempre perpassou o trabalho do Viladança, com a apresentação de suas montagens para grupos comunitários, assim como a realização de oficinas e debates sobre a linguagem da Dança.

O projeto que está sendo lançado agora pelo grupo parte do princípio de que é preciso que o público compreenda as linguagens artísticas para se sentir atraído por elas e ter prazer em apreciá-las. Formação de platéia é promover o acesso à arte também no campo simbólico e não apenas ceder convites e divulgar espetáculos. Por isso o Viladança e outros grupos residentes do Vila investem no diálogo com o público por um viés educativo e esclarecedor.

A partir do espetáculo Da Ponta da Língua à Ponta do Pé, o Viladança pretende promover apresentações e discussões com crianças e adolescentes, envolvendo artistas e educadores, além de expandir o desdobramento destes debates para publicações e oficinas. O que move o projeto é a noção de que a Arte é dinâmica e viva, que prescinde do envolvimento do público para realizar-se e o que se busca aqui é um número cada vez maior de pessoas que possam se identificar e apreciar o trabalho dos artistas, especialmente nas áreas deTeatro e Dança, linguagens que normalmente recebem o rótulo de elitistas.

Com este projeto de formação de platéia, o Viladança não está procurando fazer com que as pessoas "entendam" a Dança, ou tornem-se especialistas da noite para o dia, e sim promover uma aproximação com o público através do conhecimento. É claro que daí pode se suscitar o interesse dos jovens pela formação técnica e teórica, o que no futuro nos trará novos dançarinos, coreógrafos, críticos... Por enquanto, a idéia é mostrar que a Dança não é nenhum bicho-de-sete-cabeças, mas uma forma de arte acessível a todos, desde que se conheça um pouco de sua história e sejam desmistificados diversos preconceitos.

E a largada do projeto Da Ponta da Língua à Ponta do Pé é neste sábado, com uma pré-estréia do espetáculo exclusiva para alguns grupos comunitários e amigos do Vila.

Juliana Protásio

Comentários

Postagens mais visitadas