BABA DO VILA

Me chamaram pra jogar bola. Jogar bola, veja bem. Chego lá, aquela gritaria. Como não sou exatamente um grande jogador, fui chegando de mansinho, pedindo com educação pra me passarem a bola, mas cinco minutos depois já estava claro que aquela reunião de amigos do Teatro Vila Velha na Associação Atlética da Bahia pouco tinha a ver com futebol. O povo gosta mesmo é de regras! O que pode, o que não pode, e porquê! Com um pouquinho mais de estudo, era tudo adevogado!

Grita daqui, grita de lá, nesse caso pode ser falta, não pode, quem marca é ele, eu também posso marcar, a árvore é que nem o juiz, bola na mão! Bateu na árvore sai, não sai, sai, não sai. Tem impedimento ou não tem? Até onde vai a área do goleiro? Tem pênalti agora, é? Direta ou dois toques? Muita discussão. Uns 12 juízes em campo. Bola mesmo, se viu muito pouco.

Valdinéia gritava: "Tira Leno do time! Sai Leno!". Eu cheguei achando que ela tava esculhambando fui ver que ela já tinha entendido o espírito da coisa muito antes de mim. A graça mesmo era gritar. Tanto que as comemorações levavam mais tempo que o jogo.

Mesmo convencidos de que no Teatro Vila Velha, futebol não é bem o forte, inevitável pensar como seria a seleção do Vila:


Goleiro
1 - Gustavo Libório!

Zaga (não passa nada!)
3 - Chica Carelli
4 - Marísia Motta
5 - Márcia Menezes

Lateral Esquerda
6 - Gordo Neto

Lateral Direita
Vago.

Meio Campo (articulando)
7 - Ângela Andrade
10 - Cristina Castro

Centro-Avante
9 - Marcio Meirelles

Sem Posição Definida (onde a bola estiver, eles vão atrás)
8 - Jarbas Bittencourt
11 - Fábio Espírito Santo

Café com Leite (não vale bicuda!)
14 - Débora Landim

Camilo Fróes

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