Festival A Cena Tá Preta celebra arte negra no Teatro Vila Velha

Comemoração 25 anos, o Bando de Teatro Olodum realiza o VI edição do festival que reunirá música, teatro, debate e exibição de filmes. A programação ainda marcará a estreia de Erê, peça com concepção de Lázaro Ramos e direção de Fernanda Júlia. 


Erê, novo espetáculo do Bando de Teatro Olodum, estreia no festival. Foto: Andrea Magnoni 

No mês de novembro, o Bando de Teatro Olodum se associa a artistas, grupos e movimentos de valorização da cultura afro-brasileira, trazendo ao palco do Teatro Vila Velha a diversidade de linguagens que compõem a performance negra. É a VI edição do Festival A Cena Tá Preta, que em 2015 contará com shows musicais, exibição de filmes, debate sobre o teatro negro e a estreia de Erê, espetáculo que marca os 25 anos de criação da mais importante companhia de teatro negro do Brasil.

O VI Festival A Cena Tá Preta começa com música. Em um mesmo final de semana, o Teatro Vila Velha receberá shows de importantes nomes da musicalidade negra contemporânea, a começar pelo cantor e compositor Lazzo Matumbi e sua voz inconfundível, que imortalizou clássicos da música da Bahia como Alegria da Cidade (dos versos ‘A minha pele de ébano é a minha alma nua’), que se apresenta dia 06 de novembro, sexta-feira, 20h. No sábado, dia 07, 20h, é a vez do cantor Dão trazer todo balanço da black music em um show contagiante. E no domingo, 08, 19h, os ritmos negros do jazz, soul e blues se misturam na poderosa voz da cantora norteamericana
Michaela Harrison, direto de New Orleans (EUA). Serão três noites marcantes na cena cultural de Salvador. Ingressos R$30,00 e R$15,00 (meia).


Cinema e Terças Pretas -
A linguagem audiovisual também terá espaço reservado no Festival. Nas noites de segunda-feira (dias 16, 23 e 30 de novembro), sempre 19h, acontece o Cine Vila, com exibição de filmes produzidos por cineastas e coletivos de cinema negro, com debates ao final de cada sessão.


Já as terças-feiras, o Bando de Teatro Olodum dá continuidade ao projeto de sucesso Terças Pretas
 – Tersarau do Bando, reunindo Feira Étnica e mostras artísticas. No dia 17, 19h, tem apresentação do espetáculo Meu Nome é Brasil, do grupo Dudu Odara, primeira companhia de teatro negro do Subúrbio Ferroviário de Salvador. O grupo, que se tornou residente do Centro Cultural de Plataforma, apresentará o espetáculo que aborda temas como a intolerância religiosa, desigualdade racial, genocídio da juventude e a homofobia. O valor do ingresso será definido pelo público, por meio do ‘Pague quanto quiser’, programa de formação de plateia do Teatro Vila Velha.


No dia 24, 19h, o projeto Terças Pretas recebe a palestra d
a atriz, professora e doutora em Artes pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Evani Tavares, que falará sobre “O estado atual das pesquisas em torno da temática da cultura negra no âmbito do teatro no Brasil”. Durante as duas edições do Terças Pretas-Tersarau do Bando, Feira Étnica, que reúne empreendedores negros expondo produções artesanais, moda e gastronomia começa 17h, no Cabaré do Vila, com acesso gratuito.

 
Teatro do Bando -
Como não poderia faltar, o talento dos atores do Bando poderá ser conferido em duas oportunidades. Primeiro na peça Erê, que cumpre temporada a partir do dia 13 de novembro até 06 de dezembro, às sextas e sábados, 20h e domingos, às 19h. A peça, que aborda o drama dos assassinatos de jovens negros no Brasil, tem concepção geral de Lázaro Ramos, direção de Fernanda Júlia (Siré Obá e Kanzuá, Nossa Casa), dramaturgia de Daniel Arcades (Exú, a Boca do Universo e Revelo), direção musical de Jarbas Bittencourt e coreografia de Zebrinha. Serão 25 artistas reunidos para exigir o fim do assassinato de jovens e crianças negras e garantir o futuro de dignidade e oportunidades aos Erês (nome dado às entidades infantis na religiosidade de matriz africana). Ingressos R$30,00 e R$15,00 (meia).


Outro fruto dos 25 anos de atuação do Bando de Teatro Olodum é o espetáculo Se Deus Fosse Preto,
com texto e atuação de Sergio Laurentino e direção do ator Jean Pedro, que faz sua estreia como diretor. O personagem central da peça é Loid, um homem negro que foi preso injustamente pela morte da filha e esposa. Na prisão, ele escreve textos que, após sua morte, se revelam como base de criação de uma nova religião universal.
Sergio Laurentino, que encara o primeiro espetáculo solo, já atuou em mais de 15 montagens, entre eles, Cabaré da RRRRRaça, Áfricas, Bença e (todas quatro do Bando de Teatro Olodum), além de atuações no cinema (Besouro e Jardim das Folhas Sagradas) e na televisão (as série da Rede Globo Ó paí, ó e O Caçador). As apresentações de Se Deus Fosse Preto acontecem dias 19 e 26 (quintas-feiras), 20h. Ingressos R$30,00 e R$15,00 (meia).


SERVIÇO

VI FESTIVAL A CENA TÁ PRETA

MÚSICA
Dia 06/11, 20h - Lazzo Matumbi
Dia 07/11, 20h - Dão
Dia 08/11, 19h - Michaela Harrison
Ingressos: R$ 30,00 / 15,00 (meia)

TEATRO
Erê, do Bando de Teatro Olodum. Concepção geral: Lázaro Ramos / Direção: Fernanda Júlia / Dramaturgia: Daniel Arcades.
Estreia: 13/11. Em cartaz, sexta e sábado, 20h e domingo, 19h, até 06/12.
Ingresso: R$30,00 / R$15,00 (meia)

Se Deus Fosse Preto, texto e atuação: Sergio Laurentino / direção: Jean Pedro.
Dias 19 e 26/11 (quintas-feiras),20h.
Ingresso: R$30,00 / R$15,00 (meia).

TERÇAS PRETAS – TERSARAU DO BANDO
Dia 17/11, 19h, Espetáculo Meu Nome é Brasil, do grupo Dudu Odara. Pague quanto quiser.
Dia 24/11, 19h, Palestra da atriz e pesquisadora Evani Tavares: “O estado atual das pesquisas em torno da temática da cultura negra no âmbito do teatro no Brasil”.
Feira Étnica a partir das 17h, no Cabaré do Vila, com acesso gratuito.

Comentários

Postagens mais visitadas