As impressões de Cláudio Varela, um dos participantes da Universidade Livre de Teatro Vila Velha, sobre o espetáculo "Dô"
A mais recente montagem do Bando de Teatro Olodum é dirigida pelo bailarino e coreógrafo japonês Tadashi Endo, um dos mestres do Butoh atualmente
Cláudio Varela
Dô. Quanta coisa pode caber em apenas duas letras.
Este espetáculo te deixa de olhos fixos. Em cada movimento. Cada símbolo. A tensão. A sutileza. O sorrisão. As lágrimas. As cores. A luz. A escuridão. A musica. As bolas coloridas. A força. O ator sendo ele mesmo. Os corpos falando mais do que o texto. As formas. A conquista. O prazer. Elementos da cultura japonesa. Elementos da cultura Afro-baiana. Tudo isso e muito mais está lá.
A luz e a escuridão geram uma ansiedade gostosa em saber o que vai acontecer e que sensações isso irá te despertar. E são tantas. Da perseverança da caminhada inicial a alegria infantil de brincar com as bolas coloridas. Dô desperta muitas sensações. E esse é seu grande mérito. É um espetáculo pra ser sentido e não só visto.
Dô é dança, é teatro, é expressão e movimento. O trabalho dos atores com a utilização da tecnica japonesa "Butô" fica muito claro pra mim que fiz uma oficina com Tadashi Endo pela Universidade Livre, e foi bom ver que a contenção e a explosão podem caminhar juntas em harmonia.
E terminar ouvindo Virginia Rodrigues cantando "Elegibô" com lindas imagens dos atores nos quatro cantos de Salvador não poderia ser melhor. Sai emocionado. Fico muito feliz que em saber que o Bando pode muito mais.
Parabéns ao Bando de Teatro Oludum. Parabéns a Tadashi Endo.
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