Palco dissimulado
Dissemble presta homenagem a Harold Pinter. Foto: João Meirelles
Dissemble - palavra do inglês que significa dissimular. Ocultar; não dar a perceber, não revelar. Inspirada na obra do dramaturgo inglês Harold Pinter, a diretora Cristiane Barreto criou uma peça com situações que podem acontecer em qualquer grande centro urbano do mundo, tendo um toque de comicidade e de absurdo. O espetáculo entra em cartaz nesta quarta-feira pelo projeto O que cabe neste palco 2006.
Dissemble questiona o quanto conhecemos das pessoas que fazem parte do nosso cotidiano, utilizando situações como uma conversa de mendigos durante a noite, a espera num ponto de ônibus, o encontro numa mesa de bar ou uma entrevista de emprego. Cristiane criou um texto inicial, que foi sendo modificado a partir dos ensaios e improvisações dos atores. A diretora adianta que o espetáculo não tem início, meio e fim demarcados, e explora as possibilidades da linguagem teatral. "Eu quero marcar a diferença entre o que é teatro e o que não é teatro. Em cena, o elenco transpõe os limites entre ator, personagem e performer. Quando um ator troca de roupa na frente da platéia, não é natural, mas também não é um personagem, é uma coisa mais próxima da performance", explica.
Cristiane conta também que seu texto é inspirado na obra de Harold Pinter, um dos dramaturgos do Teatro do Absurdo ainda vivo, que a diretora vem pesquisando desde 98 e que deve se tornar objeto de estudo do seu mestrado em Artes Cênicas. Ela pretende investigar a dissimulação do eu nos personagens do autor, sendo que nesta estréia a diretora optou por fazer uma adaptação para a realidade brasileira.
Para ajudar a construir o conceito de dissimulação presente no espetáculo, o cenário traz diversas cabeças de manequins e perucas. Desta forma, segundo Cristiane, os atores em cena não vão se disfarçar, mas o disfarce vai estar em cena. Sobre figurino, ela conta que sempre quis trabalhar com plástico, por identificar no material uma relação estreita com o urbano. "O plástico é uma coisa que pode imitar tudo! Não é um objeto autêntico, mas ele pode passar por. Os atores não se escondem atrás do figurino ou do cenário, a dissimulação está no texto, na interpretação, na construção dos personagens", arremata.
Levando ao pé da letra a proposta de inovação que faz parte do projeto O que cabe neste palco, Cristiane, mais uma vez, realiza seus experimentos em cena. "Eu concebi com os atores um espetáculo cujas transições se dão na frente do público, ninguém vai ao camarim trocar de roupa. Os atores vão ter liberdade para interagir, conversar com o público, entre eles, ou não falar nada...", explica. Assim, o que o público irá assistir é um espetáculo que continua em processo de montagem, o tempo todo.
Dia: Quartas e quintas-feiras
Temporada: De 11/10 até 26/10/2006
Horário: 20h
Onde: Cabaré dos Novos do Teatro Vila Velha
Ingressos: R$7 (preço único promocional)
Dissemble presta homenagem a Harold Pinter. Foto: João Meirelles
Dissemble - palavra do inglês que significa dissimular. Ocultar; não dar a perceber, não revelar. Inspirada na obra do dramaturgo inglês Harold Pinter, a diretora Cristiane Barreto criou uma peça com situações que podem acontecer em qualquer grande centro urbano do mundo, tendo um toque de comicidade e de absurdo. O espetáculo entra em cartaz nesta quarta-feira pelo projeto O que cabe neste palco 2006.
Dissemble questiona o quanto conhecemos das pessoas que fazem parte do nosso cotidiano, utilizando situações como uma conversa de mendigos durante a noite, a espera num ponto de ônibus, o encontro numa mesa de bar ou uma entrevista de emprego. Cristiane criou um texto inicial, que foi sendo modificado a partir dos ensaios e improvisações dos atores. A diretora adianta que o espetáculo não tem início, meio e fim demarcados, e explora as possibilidades da linguagem teatral. "Eu quero marcar a diferença entre o que é teatro e o que não é teatro. Em cena, o elenco transpõe os limites entre ator, personagem e performer. Quando um ator troca de roupa na frente da platéia, não é natural, mas também não é um personagem, é uma coisa mais próxima da performance", explica.
Cristiane conta também que seu texto é inspirado na obra de Harold Pinter, um dos dramaturgos do Teatro do Absurdo ainda vivo, que a diretora vem pesquisando desde 98 e que deve se tornar objeto de estudo do seu mestrado em Artes Cênicas. Ela pretende investigar a dissimulação do eu nos personagens do autor, sendo que nesta estréia a diretora optou por fazer uma adaptação para a realidade brasileira.
Para ajudar a construir o conceito de dissimulação presente no espetáculo, o cenário traz diversas cabeças de manequins e perucas. Desta forma, segundo Cristiane, os atores em cena não vão se disfarçar, mas o disfarce vai estar em cena. Sobre figurino, ela conta que sempre quis trabalhar com plástico, por identificar no material uma relação estreita com o urbano. "O plástico é uma coisa que pode imitar tudo! Não é um objeto autêntico, mas ele pode passar por. Os atores não se escondem atrás do figurino ou do cenário, a dissimulação está no texto, na interpretação, na construção dos personagens", arremata.
Levando ao pé da letra a proposta de inovação que faz parte do projeto O que cabe neste palco, Cristiane, mais uma vez, realiza seus experimentos em cena. "Eu concebi com os atores um espetáculo cujas transições se dão na frente do público, ninguém vai ao camarim trocar de roupa. Os atores vão ter liberdade para interagir, conversar com o público, entre eles, ou não falar nada...", explica. Assim, o que o público irá assistir é um espetáculo que continua em processo de montagem, o tempo todo.
Dia: Quartas e quintas-feiras
Temporada: De 11/10 até 26/10/2006
Horário: 20h
Onde: Cabaré dos Novos do Teatro Vila Velha
Ingressos: R$7 (preço único promocional)
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