Um Teatro ao Sol

Muita gente se afeiçoa ao Teatro Vila Velha e não sabe ao certo a razão. Sentimento não se explica, não é verdade? Mas o Vila tem um ?quê? que o torna especial. Isso poderia ser explicado pela programação variada e constante ? às vezes, chegamos a ter mais de 5 espetáculos diferentes por semana. Outro motivo poderia ser sua localização, no Passeio Público, que é um lugar lindo, com árvores frondosas e peito aberto para a Baía de Todos os Santos. A simpatia também pode ter alguma relação com o Sol que simboliza o Teatro, mas ninguém nos informou até hoje o porquê de sua escolha...

Talvez o que explique essa afeição seja um ?pequeno? detalhe que perpassa toda a história do Vila: o Vila Velha é um Teatro mantido por grupos de artistas. Há 40 anos atrás, o Vila foi idealizado e erguido pela Sociedade Teatro dos Novos, que cuidou e se apresentou por aqui até 1968. Depois disso, o diretor João Augusto ficou administrando tudo com ajuda de artistas colaboradores, trabalhou com o conjunto musical Creme, até que adotou o Teatro Livre da Bahia como grupo residente, de 1972 até sua morte, em 1979.

No tempo que passou até o projeto Novo Vila (1994), ainda que não houvesse um grupo fixo à frente do Teatro, existia uma constante nos artistas que se apresentavam por aqui. Foi então que a reforma aglutinou, novamente, grupos interessados em desenvolver um projeto artístico sob o teto do Vila.

Hoje o Teatro Vila Velha abriga e é mantido por cinco grupos residentes: o Bando de Teatro Olodum, o Viladança, a Cia. Teatro dos Novos, a Cia Novos Novos e o Vilavox. São ao todo cerca de 70 artistas que dão vida e uma cara ao Vila, como fizeram os Novos, os Livres, João Augusto e quem os acompanhou de perto. Eles trabalham para manter o Teatro Vila Velha vivo e aberto como um espaço democrático para outros grupos e artistas diversos também possam realizar seu trabalho.

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