Foto: Márcio Lima
A estréia foi feroz. Muita gente na platéia, muita energia em cena. Luzes muito bonitas, cada grupo desempenhando uma função clara e orgânica no espetáculo: Vilavox para cantar, Viladança para dançar, o Bando representanto o povo, os Novos Novos pela pulsação da história e a Companhia Teatro dos Novos, o movimento da cena. Épocas e épocas passadas a limpo numa encenação. A voz política do Vila evidenciada, a ideologia da independência e da arte em primeiro lugar. Tempos passados, simpatia do público, da sociedade baiana, a luta diante das mil e uma dificuldades que enfrentam os artistas. No palco, uma goteira real tornava ainda mais vivo o retrato. Nada que roubasse a cena, apenas um detalhe para lembrar que o que se passa por aqui não é sonho.
É uma verdadeira glória ver tudo pronto e tão bonito e cheio de vida. Foi muito pouco tempo para fazer tudo e ainda sem recursos, porque os patrocínios - que não deixaram de ser importantes - só chegaram nas últimas horas. Em alguns momentos, parecia que não ia dar, que o desafio era grande demais, mas ninguém esmoreceu. Com os braços de todos, a gente cooperando de todos os lados, tudo caminhou até o fim. Um final feliz, diga-se de passagem. Não um happy end insosso roliudiano, mas um desses finais grandiosos, que mobilizam as pessoas.
O espetáculo está em cena. Uma multidão de branco esvoaçante. O som estrondoso da bateria. A música. A emoção. É a história do Vila, bem conhecida por quem está aqui dentro fazendo este cotidiano, e que merece ser contada para você que está do outro lado da tela, na platéia e que se importa. A temporada vai até o dia 22, mas as comemorações continuam, porque 40 anos não são 40 dias, ainda mais nesta época em que as coisas perecem tão fácil. 2004 é um ano de percalços, como tantos outros, mas também é um ano de festa. A gente não pára. E agosto é um mês que promete!
Juliana Protásio
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